Lula diz que resolução de tarifa dos EUA é mais fácil que combate à fome no Brasil

“Esse problema dos EUA contra nós, isso a gente resolve. É mais fácil resolver isso do que combater a fome e a miséria neste país. É muito mais fácil”, disse Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira 5 que considera mais fácil resolver a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros do que enfrentar a fome e a miséria no país. A declaração foi feita durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto.

“Esse problema dos EUA contra nós, isso a gente resolve. É mais fácil resolver isso do que combater a fome e a miséria neste país. É muito mais fácil”, disse Lula.

A tarifa, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump no início de julho, passa a valer nesta quarta-feira 6. A medida foi oficializada na semana passada, com quase 700 itens excluídos da taxação.

Durante a plenária, Lula afirmou que pode ligar para Trump, mas não para tratar diretamente da tarifa. “Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, não, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar. Vou ligar para ele, para o Xi Jinping [presidente da China], para o primeiro-ministro [da Índia], Modi. Só não vou ligar pro Putin [presidente da Rússia] porque o Putin não está podendo viajar. Vou ligar para muitos presidentes”, afirmou.

A possibilidade de uma conversa direta entre Lula e Trump sobre as tarifas vem sendo mencionada pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o contato poderia ocorrer, mas que exige preparação prévia.

“Quando dois chefes de Estado conversam, existe preparação prévia para evitar que um país subordine o outro. Há protocolos mínimos, um arranjo diplomático. São dois países soberanos; não é um correndo atrás do outro. O Brasil é grande, e isso não é arrogância, mas uma postura digna à mesa de negociação”, disse Haddad.