O projeto “Varrendo a Violência, Empregando a Paz” mostra que o sistema penitenciário pode ir além da punição,

Post Images
Reprodução

Projeto já reciclou quase 2 milhões de garrafas plásticas, garante remição de pena, tem apoio da SEAP/RN e já foi reconhecido nacionalmente. Vassouras ecológicas também são doadas para escolas e unidades de saúde de Apodi.

No mês em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Apodi, no Oeste potiguar, dá um exemplo concreto de como o sistema prisional pode se tornar agente de transformação social e ambiental. Desde 2017, a unidade mantém a fábrica de vassouras ecológicas “Varrendo a Violência, Empregando a Paz”, um projeto que une sustentabilidade, ressocialização, responsabilidade social e cidadania.

Idealizado pelo policial penal Márcio Morais, o projeto foi implementado com o apoio da juíza da Comarca de Apodi, Katia Guedes, e do promotor Silvio Brito. Atualmente, conta também com o apoio da juíza da Vara de Execução Penal, Cintia Cibelle.

A iniciativa já retirou de circulação quase 2 milhões de garrafas PET, transformadas em vassouras artesanais com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP/RN). A fábrica funciona com a colaboração de  dez internos, que recebem remição de pena e aprendem um ofício. Para cada vassoura produzida, são reutilizadas 15 garrafas de 2 litros e uma de 1 litro.

Além da produção, a unidade estabeleceu uma rede de coleta com catadores e escolas locais, fortalecendo o envolvimento da comunidade com a iniciativa.

Doações à comunidade e reconhecimento

Parte das vassouras ecológicas é doada para escolas e unidades de saúde do município de Apodi, contribuindo com a limpeza de espaços públicos e reforçando o impacto social do projeto.

> “Com muito orgulho, nós do CDP Apodi comemoramos o Dia do Meio Ambiente. Mas aqui, trabalhamos pela preservação ambiental o ano inteiro, com ações concretas que também beneficiam a nossa cidade”, destaca Márcio Morais, diretor da unidade.

A iniciativa já foi reconhecida nacionalmente. As vassouras feitas pelos internos foram expostas em Florianópolis (SC), durante uma feira promovida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que destacou experiências exitosas no sistema prisional brasileiro. Em nível local, o projeto foi homenageado pela Câmara Municipal de Apodi.

Expansão e exemplo de superação

O sucesso do projeto inspirou outras unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Presídios localizados em Caraúbas e Pau dos Ferros estão visitando o CDP de Apodi para replicar a boa prática em suas próprias unidades.

O impacto positivo da iniciativa pode ser visto também na história de José Camilo Neto, ex-interno do CDP, natural de Itaú. Após aprender o ofício na prisão, ele fundou ao lado da esposa sua própria fábrica artesanal de vassouras e hoje vive do novo trabalho.

O projeto “Varrendo a Violência, Empregando a Paz” mostra que o sistema penitenciário pode ir além da punição, promovendo reintegração social, educação ambiental e solidariedade comunitária.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

Faça Login ou Cadastre-se no site para comentar essa publicação.

0 Comentários