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Pedro Inácio Araújo é acusado de estuprar e matar a jovem durante o carnaval de 2019 em Caicó.

Teve início nesta segunda-feira 2, no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, o julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e matar a universitária Zaira dos Santos Cruz, de 22 anos, durante o carnaval de 2019, no município de Caicó, no Seridó do Rio Grande do Norte.
A sessão do Tribunal do Júri começou oficialmente às 11h07, após um atraso causado por um curto circuito em um poste, que deixou o prédio sem internet. A conexão era necessária para a oitiva de três testemunhas por videoconferência. A abertura da sessão estava marcada para as 8h.
Por solicitação da defesa do réu e considerando a sensibilidade do caso, o acesso ao plenário foi restrito. Apenas seis pessoas foram autorizadas a acompanhar presencialmente: a mãe, o pai e a irmã de Zaira, além de uma psicóloga do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Letal e Intencional do Ministério Público do RN.
Do lado do réu, apenas a mãe e um acompanhante foram autorizados. Os familiares de Pedro Inácio chegaram ao fórum pela manhã, mas não deram declarações à imprensa.
Ainda antes do sorteio do Conselho de Sentença, a defesa de Pedro Inácio apresentou um pedido de nulidade no júri, que foi analisado e rejeitado pelo juiz Valter Flor, da 2ª Vara Criminal de Natal.
O sorteio do Conselho ocorreu às 12h15 e a sessão foi suspensa às 12h30 para o almoço. Os trabalhos foram retomados às 13h15 com o início dos depoimentos. Ao todo, 22 testemunhas e declarantes foram listados para o julgamento, que deve se estender até a próxima sexta-feira 6.
Entenda o caso
Zaira foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019 dentro do carro de Pedro Inácio, trancado, no município de Caicó. Segundo a investigação, o veículo precisou ser aberto pelo Corpo de Bombeiros. O policial, a vítima e um grupo de amigos haviam alugado uma casa para passar o carnaval.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foi o próprio PM quem acionou a polícia e alegou que havia tido relações sexuais com a jovem, deixando-a dormindo no carro.
Pedro Inácio foi preso no dia 15 de março daquele ano, em Currais Novos, cidade onde morava e também local de origem de Zaira. Ela era estudante de Engenharia Química da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e residia em Mossoró.
Em 26 de março de 2019, a Polícia Civil concluiu o inquérito e apontou que Zaira foi vítima de estupro e feminicídio. O Ministério Público do RN denunciou o policial em 2 de abril daquele ano por homicídio triplamente qualificado — por meio de asfixia, para garantir a ocultação de outro crime, e feminicídio. Desde a prisão em 15 de março de 2019, Pedro Inácio cumpre pena em regime de prisão preventiva.
A Justiça decidiu em 2021 que o caso seria levado a júri popular. Em 2024, o Tribunal de Justiça transferiu o julgamento para Natal, atendendo a um pedido da defesa do réu. A defesa não concedeu entrevista, mas reafirmou “convicção na inocência do réu”.
O processo corre em segredo de Justiça.
Fonte: Agora RN
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