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Ele mencionou que existe uma ação judicial da Prefeitura contra a Caern desde o ano passado, tentando discutir a titularidade dos serviços

O presidente da Caern, Roberto Linhares, comentou nesta segunda-feira (14), em entrevista à jornalista Anna Ruth Dantas, no programa Primeira Pauta da 98 FM, as declarações do secretário de Planejamento de Natal, Vágner Araújo, sobre uma possível saída da capital do contrato com a companhia estadual de saneamento.
Para Linhares, o tom crítico da Prefeitura pode ter sido motivado por razões políticas ou estratégicas, como forma de abrir espaço para outras negociações.
“Acho que era mais uma forma de apresentar um cenário ao prefeito. Os dados trazidos não condizem com a realidade. Hoje, temos quase 50% de cobertura de esgotamento em Natal. Só não estamos em 80% porque ainda faltam algumas estações de tratamento ficarem prontas. A Caern só contabiliza o serviço quando o esgoto é coletado e tratado”, explicou.
O presidente citou como exemplo o avanço das obras do emissário submarino da Zona Norte, que será fundamental para viabilizar a universalização do esgotamento sanitário na cidade. “Já foram concluídos cerca de 750 metros dos 1.600 metros totais. A previsão é que esteja pronto no início de agosto. É uma estrutura essencial que estava paralisada anteriormente e que retomamos para justificar e garantir o avanço do saneamento em Natal”, destacou.
Linhares também abordou um ponto pouco conhecido do debate: um fundo municipal de saneamento, que poderia garantir até R$ 10 milhões por ano em investimentos, mas que, segundo ele, a Prefeitura de Natal não vinha utilizando. “Esse fundo está aprovado há mais de dez anos. Mas para que ele funcione, o município precisa apresentar as obras em que pretende aplicar os recursos, e isso não vinha sendo feito”, afirmou.
Ele mencionou que existe uma ação judicial da Prefeitura contra a Caern desde o ano passado, tentando discutir a titularidade dos serviços — algo semelhante ao que foi tentado em Mossoró. “Lá, chegou-se a ganhar uma liminar no TJ, mas logo foi derrubada no STJ. Hoje o STF já ratificou a titularidade compartilhada por meio das micro-regiões. Então, isso é ponto pacífico”, declarou.
Para Linhares, a insistência nesse discurso por parte da gestão municipal pode ter como objetivo apenas pressionar por investimentos em áreas como drenagem. “Vejo mais como uma tentativa de levar a negociação um pouco além do que algo concreto. Porque tanto Wagner quanto o prefeito são pessoas inteligentes e sabem que não é da forma como estão tentando colocar”, finalizou.
Portal 98 FM
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