Gestão Wolney deixou R$ 2 milhões em dívida na Câmara de Parnamirim, revela César

Outro problema herdado, segundo Dr. César, foi a reforma inacabada da sede da Câmara, o que obrigou a gestão atual a concluir obras

Do Agora RN:

O presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, vereador Dr. César Maia (MDB), reagiu aos ataques que tem recebido nos últimos dias e revelou nesta quinta-feira 17 que, ao assumir a gestão da Casa em 1º de janeiro deste ano, encontrou a Câmara com aproximadamente R$ 2 milhões em dívidas, incluindo folhas do INSS em atraso e pendências com fornecedores.

“Eu, quando assumi a presidência da Câmara Municipal, fiz questão de não dar nenhuma declaração pública a respeito de como herdei, de como a nova Mesa Diretora herdou a Câmara. Mas, diante dos fatos que têm acontecido na cidade, das publicidades, das batidas que a Mesa Diretora tem levado, achei de bom tom vir a plenário para fazer o que a gente propôs a fazer: uma gestão transparente”, afirmou o presidente.

As falas de César Maia ocorreram durante a última sessão da Câmara no 1º semestre legislativo de 2025. Agora, os vereadores entram em recesso parlamentar, retomando as atividade em 1º de agosto. A fala do presidente da Câmara ocorreu após ele ter recebido críticas e ataques nas redes sociais.

Nos bastidores, a fala foi vista como um recado a interlocutores do ex-presidente da Casa, o vereador licenciado Wolney França (PSDB), que atualmente é secretário municipal de Tributação em Parnamirim.

Segundo César Maia, as dívidas não chegaram a paralisar o funcionamento da Casa, mas exigiram medidas imediatas para preservar a credibilidade institucional e garantir o recebimento regular do duodécimo constitucional. “Com cuidado e zelo com o recurso público, estamos conseguindo fazer parcelamentos e quitar todas as contas atrasadas da Câmara Municipal. Parcelamos, com muitos juros, inclusive, mas para que possamos ter a Câmara com o nome limpo e continuar recebendo o duodécimo”, explicou.

Dr. César também destacou que, poucos dias após a posse, a nova Mesa Diretora precisou lidar com uma folha de pagamento de terceirizados que havia sido deixada em aberto. “No dia 4 de janeiro, três dias após a posse, já tínhamos uma folha salarial atrasada dos nossos terceirizados. Com muita sensibilidade, empatia e zelo, conseguimos — mesmo sem ter nada empenhado na conta da Câmara — junto aos fornecedores, quitar e pagar a folha salarial que estava atrasada”, relatou.

Apesar do cenário adverso, o presidente destacou que a Câmara vem conseguindo manter o equilíbrio financeiro e adotar medidas de economia. Como exemplo, citou a redução de mais de R$ 200 mil nas despesas com buffet em comparação com o mesmo período do ano passado e um corte de 20% no consumo de materiais de expediente.

“Mesmo aumentando o número de vereadores, gabinetes, servidores — que convocamos do último concurso e dos gabinetes — nós somos uma Câmara produtiva, sustentável e, principalmente, responsável. A prova disso é que, mesmo aumentando o número de gabinetes e servidores, reduzimos em 20% o consumo de material de expediente”, disse o presidente da Câmara, citando que Parnamirim passou de 18 para 21 vereadores na atual legislatura.

O parlamentar também lembrou dificuldades enfrentadas logo no início da gestão, como a necessidade de contratar serviços emergencialmente para reparar danos causados por fortes chuvas na estrutura da sede do Legislativo.

“Na primeira quinzena da nossa legislatura, também enfrentamos dificuldade. Na grande chuva que teve em Parnamirim, tivemos o servidor (da parte de tecnologia) danificado, o telhado da Câmara (também). Precisamos fazer uma contratação emergencial, que comprometeu a parte financeira da Câmara porque não era algo previsto. Mas cumprimos com nossa obrigação e estamos quitando todas as dívidas”, destacou César Maia.

Outro problema herdado, segundo Dr. César, foi a reforma inacabada da sede da Câmara, o que obrigou a gestão atual a concluir obras e comprar mobiliário para os gabinetes dos novos vereadores. Apesar disso, ele reforçou que todos os contratos atuais passaram por revisão, gerando novas reduções de custos. “Eu gostaria de dizer que a gente tem muita responsabilidade com o recurso público. A Câmara tem feito história”, acrescentou.