Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.
Contingente de baixa renda também diminuiu 20%, enquanto o número de famílias com renda acima de meio salário mínimo cresceu 67%

Dados do Cadastro Único (CadÚnico) mostram que cerca de 14 milhões de brasileiros superaram a linha da pobreza nos últimos dois anos. O levantamento considera apenas a renda gerada pelos moradores do domicílio, sem incluir benefícios do Bolsa Família, e reflete o atual cenário de baixo desemprego.
No CadÚnico, famílias são classificadas em três grupos de renda por integrante: pobreza (até R$ 218), baixa renda (R$ 218,01 a meio salário mínimo, R$ 759 em 2025) e renda acima de meio salário mínimo, que não é elegível ao Bolsa Família. Em março de 2023, 26 milhões de famílias estavam na faixa de pobreza; em agosto deste ano, o número caiu para 19,5 milhões, redução de 25% em dois anos.
O contingente de baixa renda também diminuiu 20%, enquanto o número de famílias com renda acima de meio salário mínimo cresceu 67%. Para Marcelo Neri, diretor da FGV Social, os números mostram crescimento da renda da metade mais pobre do país — 19% em termos reais até junho de 2025 — superando o avanço dos 10% mais ricos, que foi de 11,6%. Segundo ele, a evolução combina maior escolaridade e redução do desemprego.
Apesar da melhora, os gastos do governo com o Bolsa Família permanecem elevados. O orçamento subiu de R$ 113,5 bilhões em 2022, quando ainda era Auxílio Brasil, para R$ 166,9 bilhões em 2023, devendo fechar 2025 em R$ 159,5 bilhões. O programa mantém a chamada “regra de proteção”: quando o beneficiário ultrapassa a faixa de renda de até R$ 218, o auxílio é reduzido gradualmente, permitindo transição suave para fora do programa.
No primeiro semestre de 2025, 58% das novas vagas com carteira assinada foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, reforçando que o público do programa busca trabalho ativamente. O secretário do CadÚnico, Rafael Osório, destaca que a integração de dados da renda formal e de benefícios previdenciários acelerou a saída das famílias do programa, tornando os números mais precisos.
Para Eliane Aquino, secretária nacional de Renda de Cidadania, os dados também desmentem preconceitos: “O público do CadÚnico e do Bolsa Família é o que mais acessa o mercado de trabalho.”
O resultado evidencia que, com mais emprego e maior escolaridade, a renda da população mais vulnerável do país cresce, contribuindo para a redução da desigualdade social.
Faça Login ou Cadastre-se no site para comentar essa publicação.
0 Comentários