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O ex-senador José Agripino terá trabalho para acomodar os atuais parlamentares Ivanilson Oliveira e Taveira Júnior no União Brasil
O deputado estadual Luiz Eduardo (Solidariedade) deve anunciar nas próximas semanas sua saída da sigla para disputar a reeleição em 2026 por outro partido. A movimentação, apurada pela reportagem da 98FM Natal, ocorre diante da sinalização interna de que o Solidariedade não deverá formar nominata competitiva para a próxima eleição, fator que tornou sua permanência improvável politicamente.
Segundo fontes envolvidas nas articulações, MDB, PL e a federação União Brasil/PP são os três destinos considerados pelo parlamentar. Interlocutores ligados ao PL confirmaram conversas entre Luiz Eduardo e o partido, citando ainda uma viagem feita pelo deputado para encontrar Rogério Marinho em Brasília. Luiz Eduardo, que se se declara do espectro político da centro-direita, não considera uma federação liderada pelo PT no escopo das negociações.
A relação entre Luiz Eduardo e nomes do partido é boa e possui um histórico que se fortalece desde o ano passado. Contudo, há o consenso de que a definição sobre os escolhidos para compor a nominata do PL será confirmada com o aval de Marinho.
Conforme apurado, a avaliação é de que o cenário eleitoral de 2026 será mais restrito e competitivo que o de 2022. Considerando as principais nominatas em formação e as novas regras para proporcional, o número de candidatos deve cair drasticamente. A expectativa é que a eleição tenha entre 100 e 140 postulantes ao Legislativo estadual, contra mais de 300 na disputa passada.
Esses números têm sido tratados nos bastidores como um “funil” que pressiona parlamentares e pré-candidatos vinculados a partidos menores a buscar legendas com capacidade de montar nominata. A leitura desse cenário é de que o próximo pleito deve ser “pesado” para todos os lados: MDB, PL e União/PP contam com nomes de grande expressão eleitoral, o que reduz margem para negociação interna e amplia a exigência por votações robustas.
Definição política antes do fim do ano, filiação só em março
A tendência é que Luiz Eduardo anuncie seu caminho político antes do fim de 2025, embora a formalização da filiação esteja prevista apenas para março de 2026, após o carnaval, quando deve ocorrer um ato político de apresentação na nova legenda.
Interlocutores afirmam que a mudança é considerada irreversível. Permanecer no Solidariedade significaria, na prática, ficar sem condições de disputar a reeleição.
Movimento abre nova fase na disputa por espaço nas chapas
Lideranças do Legislativo avaliam que a movimentação do deputado pode desencadear uma série de reposicionamentos previstos para o início de 2026. A concentração de candidaturas em poucas siglas deve redefinir equilíbrios internos, afetar alianças regionais e aumentar a pressão por vagas nas chapas.
Os três partidos monitorados por Luiz Eduardo são também os mais citados nas articulações de parlamentares que buscam sobrevivência eleitoral. Em todos eles, a disputa, ao que tudo indica, já começou antes mesmo da janela.
A dança das cadeiras: chapas reduzidas devem redistribuir forças e provocar migrações
Entre os nomes que estão em legendas que não lideram o debate sobre nominatas, alguns parlamentares tendem a ser pressionados pelos cenários regionais. Cristiane Dantas e Luiz Eduardo, ambos no Solidariedade, estão entre os quadros mais citados em articulações de bastidor devido à indefinição partidária para 2026. Luiz Eduardo já tem sinalizado intenção de mudança, enquanto Cristiane Dantas nega qualquer movimento no sentido de trocar de partido.
O PSDB conta com parlamentares como Ezequiel Ferreira, Galeno Torquato, Kleber Rodrigues, Nelter Queiroz e Ubaldo Fernandes e deve sofrer uma debandada. No MDB, nomes como Adjuto Dias, Dr. Bernardo e Walter Alves, presidente estadual, fortalecem a legenda em diferentes regiões, porém, Adjuto deve migrar para o PL.
O Partido Liberal conta com nomes como Coronel Azevedo, Gustavo Carvalho, Terezinha Maia, Tomba Farias e Dr. Kerginaldo, se consolida como polo competitivo no espectro da direita.
No campo progressista, a Federação PT/PV/PCdoB deve manter unidade e lançar nominata robusta, com nomes de maior capilaridade estadual, como Francisco do PT, Divaneide Basílio e Isolda Dantas. No PV, Eudiane Macedo e Hermano Morais podem enfrentar dilemas internos, uma vez que a federação reduz a margem de movimentação para quem busca caminhos alternativos.
A federação União Brasil e PP entra na disputa com estrutura relevante, mas pode adotar postura estratégica diante do encolhimento da janela. O ex-senador José Agripino terá trabalho para acomodar os atuais parlamentares Ivanilson Oliveira e Taveira Júnior no União Brasil; além de Neílton Diogénes no PP, que têm atuação consolidada em suas bases com os novos nomes que surgirão em busca da sobrevivência política.
Entre os veteranos, José Dias (PL) já anunciou que não disputará a próxima eleição, abrindo espaço para novas composições dentro da legenda e influenciando a matemática interna de votos.
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