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Deputada federal afirmou que o motivo de sua saída do União Brasil é a dificuldade que ela prevê de ser reeleita pela legenda em 2026

A deputada federal Carla Dickson indicou nesta sexta-feira 15 que realmente deverá deixar o União Brasil e se filiar ao PL. Ela deixou claro que a decisão ainda não está tomada, mas admitiu que está caminhando para isso. Carla disse que a decisão definitiva será tomada após uma conversa entre ela e o ex-senador José Agripino Maia, presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte.
Carla voltou a dizer que o motivo de sua saída do União Brasil é a dificuldade que ela prevê de ser reeleita pela legenda. Ela lembrou que o União Brasil fechou uma federação com o PP e que, juntas, as duas siglas têm – além dela – outros quatro nomes considerados muito competitivos para a eleição de deputado federal: Benes Leocádio (União), João Maia (PP), Nina Souza (União) e Robinson Faria (PP).
“A gente está naquela fase de conversar. Todo mundo conversando com todo mundo. Isso é democracia, isso é bacana. A gente procura a viabilidade política. Eu não quero entrar numa campanha sabendo que não tenho chance de ganhar”, afirmou a deputada.
Ela afirma, porém, que aguarda uma conversa decisiva com Agripino para cravar sua saída ou não da legenda. “Ele é um excelente articulador. Você não tem noção da influência e do respeito que as pessoas em Brasília têm pelo senador José Agripino. Eu ainda tenho uma esperançazinha, sabe, de ele sair com uma sacada assim e me deixar aqui na minha casa. Vamos com calma”, enfatizou Carla.
“Eu não conversei ainda com meu líder. Meu líder é José Agripino. Eu já liguei para ele e falei: ‘preciso conversar com o senhor’. Da maneira como eu entrei, quero sair de cabeça erguida”, destacou.
Ao detalhar as possibilidades, Carla foi direta: “É PL, União ou PP. Só tem três possibilidades. Porque o MDB não se viabilizou ainda. O PSD também não.” Ela disse que busca uma legenda que lhe dê condições eleitorais para a próxima disputa. “O caminho natural é o PL. Até porque eu voto junto com a oposição. Eu participei da obstrução”, declarou ela, citando a ocupação que bolsonaristas fizeram na Mesa Diretora da Câmara.
A parlamentar também voltou a defender anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ela comparou a situação a outros processos do passado. Perguntou: “Não foi dada anistia para uma pessoa que foi participante de sequestro e virou presidente da República? Não foi dada anistia para cara que rouba, rouba, rouba, afundou a Petrobras e hoje é presidente da República?”, disse ela citando a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Carla argumentou que, assim como na anistia concedida a militares e opositores durante a ditadura, o País deveria buscar um entendimento que inclua os envolvidos no episódio. Sem apresentar uma proposta específica de texto ou formato, ela sustentou que a anistia seria uma forma de corrigir o que considera um tratamento desigual e politizado no julgamento e na punição dos acusados.
Apesar da declaração, Lula não foi beneficiado com anistia em casos de corrupção. O que ocorreu com o presidente é que seus processos na Operação Lava Jato foram anulados devido a falhas processuais, como a parcialidade declarada do então juiz Sérgio Moro – hoje senador da oposição pelo União Brasil, mesmo partido de Carla.
Regulação das redes sociais
Durante a entrevista, Carla também falou sobre a regulação das redes sociais, tema que ganhou força no Congresso após a repercussão do vídeo “Adultização”, do influenciador Felca, que denunciou casos de exposição e sexualização precoce de menores na internet.
Questionada se é a favor da proposta, respondeu: “Eu sou a favor de proteção da criança nas redes sociais. Por isso eu pedi assento na Comissão Geral para a gente poder fazer um projeto que proteja realmente as nossas crianças, os nossos adolescentes, mas que não venha a ter jabuti”.
No jargão do Congresso, jabuti é quando um determinado projeto ganha trechos sem relação com o objeto da matéria. A preocupação de Carla é que, junto com o combate à adultização de crianças, a proposta de regulamentação tenha o que ela chama de “censura” de políticos de direita.
“Isso que eles estão querendo fazer que é regulamentar é calar o contraditório na rede social. Eu sou contra. Mas eu sou a favor que tenha uma normativa (de combate à adultização)”, declarou Carla Dickson.
Sobre as crianças, ela defendeu que haja regras semelhantes às aplicadas a atores mirins. “Não tem os atores mirins das novelas que tem toda uma regulamentação? Por que é que não tem uma regulamentação também para as crianças? Quer ser youtuber? Sua filha quer ser youtuber? Sim, mas o senhor vai ter que assinar tudo, vai ter que estudar, a mesma coisa. A gente propõe isso”.
Carla afirmou ainda que tratou do assunto com representantes da organização Alana, que atua na defesa de direitos das crianças.
Fonte: Agora RN
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