A alta é de 19,2% frente ao período anterior.

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O Rio Grande do Norte é o quarto estado do Nordeste com melhor saldo de empregos em 12 meses, no recorte que compreende de maio de 2024 a abril deste ano. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e mostram que no período foram gerados 31.671 novos postos de trabalho, resultado de 251.078 admissões e 219.407 desligamentos. A alta é de 19,2% frente ao período anterior. Além disso, no acumulado de 2025 – entre janeiro e abril – o Rio Grande do Norte tem saldo de 3.395 mil novos empregos formais.

O mês de abril passado também foi positivo no saldo de empregos do Rio Grande do Norte. O estado criou 2.927 novas vagas formais de trabalho, o melhor desempenho já registrado para o mês desde o início da série histórica do Caged, iniciada em 2010. O número representa um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o estado havia gerado 2.723 postos com carteira assinada.


A alta reverte o saldo negativo de março deste ano, quando foram fechadas 1.887 vagas. Quando analisado o recorte de 12 meses encerrado em abril último, a alta em relação a igual período anterior – maio de 2023 a abril de 2024 (com saldo de 26.561 postos) – foi de 19,2%. Com desempenho melhor que o RN nos últimos 12 meses aparecem a Bahia (saldo de 95.037 postos), Pernambuco (64.402 novos postos) e Ceará (51.820 novos empregos formais).


Já Paraíba (26.722), Maranhão (22.000), Alagoas (21.763), Sergipe (14.817) e Piauí (14.422) ficaram atrás do Rio Grande do Norte na geração de novos postos no período. O economista Robespierre do Ó disse que os números refletem o crescimento da economia. No entanto, ele chama atenção para um aspecto: a qualidade desses empregos. “É preciso observar o nível de salário desses postos de trabalho e até mesmo se ele é temporário ou não. Empregos que demandam maior capacidade intelectual, por exemplo, são aqueles que oferecem renda mais alta, com perspectiva de um tempo mais longo”, explica.


Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN, destaca que o cenário é resultado do crescimento da economia potiguar em 2024, com reflexos nos primeiros meses deste ano. “Avaliamos que 2025 deve ser mais um ano de crescimento econômico e abertura de postos de trabalho no Estado, ainda que em ritmo menor que o observado em 2024”, frisa Queiroz.


O economista Robespierre do Ó também analisa que o mercado de trabalho vai continuar crescendo, embora em um ritmo mais lento. “É preciso lembrar que Brasil já registrou taxa de crescimento de mais de 10%, mas hoje cresce a índices na casa de 1% a 3%. Desse modo, o País não consegue absorver toda a mão de obra que está no mercado”, pontua o economista.


Considerando-se apenas abril de 2025, Bahia (14.353 novos postos), Ceará (9.221), Pernambuco (7.501), Maranhão (3.582) e Piauí (3.218) foram os estados com melhor saldo em relação ao RN. Sergipe (2.849), Paraíba (1.577) e Alagoas (404) apresentaram saldos menores.


Ainda em abril deste ano, o setor de Serviços foi o principal responsável pelo bom desempenho do estado, com saldo de 2.638 empregos, seguido por Construção (+459), Comércio (+230) e Indústria (+223). Apenas a Agropecuária apresentou retração, com perda de 623 postos — número, ainda assim, inferior ao observado em abril do ano passado (com perda de 959 postos).


Marcelo Queiroz, da Fecomércio-RN, disse que os números de abril mostram uma reação da economia do Estado frente ao mês anterior. “Estamos acompanhando uma inflexão positiva importante. Os dados mostram que a economia potiguar tem reagido, especialmente nos segmentos mais ligados ao consumo e à infraestrutura urbana”, avalia Queiroz.


Para ele, a retomada do emprego, conforme registrado, depende de fatores que vão além dos indicadores conjunturais. “O recorde alcançado em abril mostra que o RN pode sim voltar a um ritmo mais consistente de geração de empregos, desde que mantenha os estímulos à economia, o apoio aos pequenos negócios e a confiança do consumidor”, defende o presidente da Fecomércio-RN.
No acumulado de 2025, segundo os dados do Caged, o Rio Grande do Norte apresentou saldo de 3.395 vagas criadas entre janeiro e abril, abaixo das 5.820 registradas no mesmo período de 2024. Segundo a Fecomércio, esse resultado é reflexo dos saldos negativos de fevereiro e março, marcados por incertezas no consumo e nos investimentos.


A continuidade dos bons índices, no entanto, está relacionada a variados fatores. “Os resultados positivos dependem de uma manutenção da estabilidade macroeconômica, da sazonalidade positiva no segundo semestre (eventos, turismo, fim de ano), aceleração de investimentos públicos e privados, apoio aos pequenos negócios e retomada da confiança do consumidor”, disse Queiroz.

Ranking

Desempenho dos estados do NE em 12 meses (saldo de empregos)
BA: 95.037
PE: 64.402
CE: 51.820
RN: 31.671
PB: 26.722
MA: 22.000
AL: 21.763
SE: 14.817
PI: 14.422

Desempenho dos estados do NE em abril de 2025 (saldo de empregos)
BA: 14.353
CE: 9.221
PE: 7.501
MA: 3.582
PI: 3.218
RN: 2.927
SE: 2.849
PB: 1.577
AL: 404

Fonte: Caged

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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