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Embora não seja um surgimento recente, essas bonecas voltaram a ganhar destaque após alguns conteúdos viralizarem nas redes sociais com temáticas controversas

Nas últimas semanas, vídeos de influenciadores digitais que se dedicam aos cuidados de bonecas hiper-realistas reacendeu o debate em torno dos bebês reborn.
Embora não seja um surgimento recente, essas bonecas voltaram a ganhar destaque após alguns conteúdos viralizarem nas redes sociais com temáticas controversas a exemplo de simulações de parto e até mesmo disputas judiciais envolvendo a posse desses objetos.
O que é um bebê reborn?
São bonecas extremamente realistas desenvolvidas de maneira artesanal. A princípio, eram vistas como “obras de arte” direcionadas a colecionadores. A precisão do trabalho é tamanha que esses bebês apresentam veias, textura de poros, manchas, dobrinhas, peso realista e micro-raízes de cabelo.
Posteriormente, os bebês reborn passaram a ter fins terapêuticos, colaborando no tratamento de pais enlutados, que perderam ou não conseguiram ter filhos. Apesar de algumas pessoas defenderem o uso dos bonecos como forma de conforto e afeto, outros levantam preocupações sobre a criação de uma falsa realidade ou de dificultar o processo de aceitação.
Alerta legal: fraude, falsidade ideológica e má-fé
Sob ponto de vista jurídico, o uso dessas bonecas pode extrapolar a esfera da imaginação e configurar condutas ilícitas em diversos cenários. Há vários relatos desse fenômeno entre adultos, com pessoas desejando representar uma maternidade real através de bebês reborn.
Algumas pessoas registram os bonecos com nomes fictícios, fazem encontros de “mães” e ensaios fotográficos, realizam batismos simbólicos e até mesmo tentativas de obtenção de licenças ou benefícios sociais. Há registros de indivíduos que estão buscando atendimento médico em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com os bonecos, exigindo tratamento como se fossem crianças reais. Esses casos têm levantado preocupações entre profissionais da saúde e espanto em outros pacientes.
Para combater casos que utilizam da má fé, a Câmara dos Deputados registrou um protocolo dedicado a criar políticas públicas relacionadas aos bebês reborn, com o objetivo de evitar que os serviços públicos sejam utilizados de forma inadequada e direcionar recursos para quem necessita de assistência real. Os projetos também visam proporcionar um acolhimento psicológico para aqueles que criaram um forte vínculo afetivo com as bonecas.
Popularização e produção para o público infantil
Com a crescente popularidade, a produção de bebês reborn se expandiu, disponibilizando a um público mais amplo modelos mais acessíveis. Este fato representa o marco da entrada dos bebês reborn no mercado de brinquedos infantis. O uso de bonecos ultra-realistas para crianças levantou discussões sobre a adequação do objeto para este público. Em especial, quando se fala sobre o desenvolvimento da imaginação dos pequenos e a distinção entre realidade e fantasia.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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