Vereador do PL é preso suspeito de ajudar facção a erguer barricadas no Rio

Polícia Civil afirma que o parlamentar oferecia suporte logístico à facção em troca de benefícios financeiros e eleitorais

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira 25 o vereador do PL Ernane Aleixo, de São João de Meriti, durante a Operação Muro de Favores, que mira uma rede criminosa ligada à facção Terceiro Comando Puro (TCP). Ele foi o 3º mais votado nas eleições municipais do ano passado. Outras quatro pessoas também foram presas.

Segundo a Polícia Civil, Ernane é suspeito de oferecer suporte logístico e operacional ao grupo em troca de benefícios financeiros e eleitorais. Áudios e mensagens obtidos pelos investigadores indicam que ele teria fornecido maquinário e estrutura para a construção de barricadas em Vilar dos Teles, dificultando o acesso das forças de segurança e de serviços públicos às comunidades.

A operação cumpriu 8 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Meriti. A ação foi coordenada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) e integra o programa Barricada Zero, do governo do estado.

De acordo com as investigações, o TCP mantinha uma rede de “favores” com políticos locais para manter o controle de áreas da Baixada Fluminense, como Trio de Ouro, em Meriti, e as comunidades Guacha e Santa Tereza, em Belford Roxo. Há indícios de que Ernane também negociava vagas de emprego em um hospital da região em troca de apoio político.

O núcleo investigado era chefiado por Marlon Henrique da Silva, o Pagodeiro, preso no ano passado e apontado como braço direito de Geonário Fernandes Pereira Moreno, o Genaro, líder do TCP na região. Pagodeiro confessou ter matado três vítimas, incluindo uma mulher, durante confronto com uma facção rival há dois anos.

Nesta terça-feira, agentes também prenderam Luciana Adelia Theofilo, mulher de Pagodeiro.

A Operação Muro de Favores busca desarticular a estrutura hierárquica e financeira do TCP, remover barricadas e retomar o controle do Estado em comunidades da Baixada. Ainda segundo a Polícia Civil, o núcleo investigado atuava em crimes como tráfico de drogas, homicídios, extorsão de comerciantes e lavagem de dinheiro.