Corpo de Bombeiros inicia retirada do Baobá do Poeta após interdições em Lagoa Seca

Operação começou após a Defesa Civil interditar imóveis vizinhos devido ao risco da árvore

A remoção do Baobá do Poeta, localizado na Avenida São José, em Lagoa Seca, começou a ser realizada na quinta-feira 27 pelo Corpo de Bombeiros, após determinação da Defesa Civil de Natal. A operação, que deve ocorrer até a próxima semana, foi iniciada depois que imóveis vizinhos foram interditados em razão do risco representado pela árvore.

Nos últimos meses, o baobá registrou queda recorrente de galhos. Entre a noite de 14 e a madrugada de 15 de novembro, novos desprendimentos levaram à interdição de pelo menos cinco imóveis próximos. Ocorrências semelhantes já haviam sido registradas: em maio, um dos maiores galhos caiu durante o período de chuvas; e, em junho, fragmentos voltaram a se soltar, motivando avaliações de equipes da UFRN, Ufersa e da Prefeitura do Natal.

O baobá, espécie originária da África, tornou-se um marco ambiental da capital potiguar por ter resistido à pressão imobiliária que quase levou à sua derrubada.

Origem

O proprietário do terreno onde a árvore está localizada, o advogado e escritor Diógenes da Cunha Lima, adquiriu a área em 1991 com a intenção de preservá-la, já que o local seria utilizado para a construção de um prédio. Com 19 metros de altura e tronco de seis metros de diâmetro, o Baobá do Poeta tem origem cercada por diferentes versões.

Uma das hipóteses citadas por Diógenes é a de que Maurício de Nassau teria trazido o baobá para o Brasil ao tentar implantar um jardim botânico no Nordeste. Outra versão, mencionada por Câmara Cascudo, aponta que sementes da espécie chegaram ao país pelas mãos de pessoas escravizadas. O proprietário também acredita em uma terceira possibilidade: a de que sementes teriam sido transportadas por aves migratórias vindas da África, permitindo a chegada da espécie a alguns pontos do território brasileiro.

Diógenes sustenta ainda que o baobá potiguar pode ter chamado a atenção de Antoine de Saint-Exupéry durante passagem por Natal, inspirando as ilustrações de O Pequeno Príncipe.