Maioria das prisões foi por não pagamento de pensão alimentícia

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu 83 pessoas entre os dias 3 e 10 de outubro de 2025, nas cinco regiões do país, por crimes cometidos contra mulheres. Operação Alerta Lilás da PRF prende 83 por violência contra mulher - Agora RNOperação Alerta Lilás da PRF prende 83 por violência contra mulher - Agora RN

As prisões ocorreram no âmbito da Operação Alerta Lilás, realizada pelo Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, celebrado em 10 de outubro.

Essa foi a primeira vez que a PRF realizou uma operação específica em rodovias federais com foco no combate a crimes cometidos contra as mulheres.

As prisões ocorreram em cumprimento de mandados de prisão em aberto contra condenados pela justiça por crimes de violência contra a mulher, como feminicídio, estupro, agressão e tentativa de homicídio; entre outros.

Ao apresentar o balanço da operação em entrevista coletiva nesta segunda-feira 13, o diretor-geral da PRF, Antonio Fernando Oliveira, falou que todos os crimes devem ser combatidos, especialmente, os relativos à violência de gênero.

“Os crimes contra as mulheres devem ser combatidos, sim, de forma prioritária porque é alguém mais vulnerável, com mais dificuldade de defesa, sendo atacada por alguém que deveria protegê-la. Para nós, da PRF, é algo verdadeiramente reprovável, que precisa ter atenção na repressão desses crimes.”

 

Inteligência e tecnologia

O Alerta Lilás consiste na ativação de avisos no sistema de consulta criminal da PRF, que é interligado ao Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Este banco de dados auxilia a fiscalização em pontos estratégicos do país, além de postos de abastecimento, pontos de descanso, praças de pedágio, dentre outros. As informações podem ser acessadas pelos agentes da PRF distribuídos em mais de 300 unidades operacionais em todo o país.

A diretora de inteligência da PRF, Nádia Zilotti, disse que a abordagem de alguém que está em viagem é muito diferente de quando os indivíduos estão nos centros urbanos, por exemplo, dentro de sua residência.

Segundo ela, para localizar o indivíduo em trânsito, a operação cruza dados que confirmam se há mandado ativo e adota o modelo de policiamento orientado pela inteligência.

“A gente consegue identificar, por meio do monitoramento de fluxo de veículos, que esse indivíduo provavelmente esteja circulando em alguma rodovia federal e, desse modo, a inteligência [policial] sugere a abordagem para o efetivo operacional. [O agente] faz a abordagem como de costume, faz a análise documental do veículo e se, de fato, comprovando que esse indivíduo está com mandado de prisão em aberto, é feito o encaminhamento à polícia judiciária”.

Prisões

Das 27 unidades da federação, apenas o estado de Alagoas não teve registro de prisão na Operação Alerta Lilás.

Das 83 detenções, a maioria dos detidos (54) foi por não pagamento de pensão alimentícia devida, que é um crime patrimonial contra vulnerável, previsto no Código Penal Brasileiro.

A diretora Nádia explica que a prisão civil por falta de pagamento de pensão alimentícia, mesmo sendo encarada como de menor potencial ofensivo, deve ser realizada, porque muitas mulheres continuam sendo vítimas de violência, justamente, pela dependência patrimonial.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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