Estudo analisa como parques onshore e offshore alteram territórios tradicionais e busca soluções para conciliar produção de energia e modos de vida locais

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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) iniciou uma pesquisa para avaliar os impactos da instalação e ampliação de parques eólicos, tanto terrestres quanto offshore, na paisagem e na rotina das comunidades tradicionais pesqueiras do litoral Norte do Estado. O estudo examina como a transição energética tem ocupado áreas já utilizadas por essas populações e busca alternativas para equilibrar os diferentes usos do território.

O projeto, intitulado Cartografia Social e Energia Eólica: Perspectivas Participativas sobre as Transformações Territoriais em Comunidades Tradicionais no Litoral Norte Potiguar, abrange seis municípios potiguares:

  • Touros
  • São Miguel do Gostoso
  • Pedra Grande
  • São Bento do Norte
  • Caiçara do Norte
  • Galinhos

A iniciativa é conduzida pelo Grupo de Pesquisa em Geoecologia das Paisagens, Educação Ambiental e Cartografia Social (Geopec/UFRN), sob coordenação de Juliana Felipe Farias, professora dos Programas de Pós-Graduação em Geografia (PPGE/UFRN) e do Mestrado Profissional em Geografia (Geoprof/UFRN).

Segundo Juliana, embora a energia eólica seja essencial para o desenvolvimento sustentável e para enfrentar as mudanças climáticas, seus efeitos nem sempre são positivos para comunidades que já ocupam essas áreas. A pesquisadora reconhece ganhos como melhoria de infraestrutura e geração de empregos, mas chama atenção para problemas decorrentes da instalação dos parques em territórios tradicionais.

“É muito comum comunidades pesqueiras terem suas áreas afetadas pelas instalações das eólicas, seja pela perda de território, barulho das torres ou alteração de fluxo migratório de aves, por exemplo”, explica.

O estudo pretende identificar caminhos para aproximar a geração de energia e os modos de vida locais. “A pesquisa visa montar uma estratégia de como as atividades tradicionais e essas energias alternativas podem coexistir em um mesmo território de forma ambientalmente justa”, afirma a coordenadora.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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