Segundo o Sisvan, o RN tem 129.130 adultos obesos. Desses, 25,31% estão no grau I, 11,07% no grau II e 5,71% no grau III

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O Rio Grande do Norte registra o segundo maior percentual de adultos obesos entre todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde, atualizados até 23 de maio de 2025. No estado, 42,09% da população adulta atendida pelo SUS apresenta algum grau de obesidade, índice inferior apenas ao do Rio Grande do Sul (43,06%) e semelhante ao do Rio de Janeiro (42,07%) e Mato Grosso do Sul (42,01%).

A média nacional é de 31%, segundo o Atlas Mundial da Obesidade. O Maranhão tem o menor índice (27,06%). As projeções do Atlas indicam que, até 2030, 33,4% dos homens e 46,2% das mulheres brasileiras poderão ser obesos.

Fatores e consequências

De acordo com o endocrinologista Pedro Henrique Dantas, do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), a alta taxa no RN está ligada à insegurança alimentar e ao consumo frequente de alimentos ultraprocessados, comuns entre populações de baixa renda. Ele ressalta que o Sisvan avalia dados do SUS, o que representa uma parcela mais vulnerável da população.

A endocrinologista Marília Farache, da Maternidade Escola Januário Cicco, destaca que a obesidade afeta mais mulheres devido a fatores hormonais. Segundo ela, a doença é multifatorial e crônica, com impacto emocional significativo.

O diagnóstico é feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC), sendo considerados obesos os indivíduos com IMC igual ou superior a 30. A classificação é dividida em três graus:

  • Grau I: IMC entre 30 e 34,9
  • Grau II: entre 35 e 39,9
  • Grau III: acima de 40

Tratamento e desafios

O tratamento exige acompanhamento de equipe multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e psiquiatras. A prevenção inclui práticas como atividade física, alimentação saudável e políticas públicas de combate à insegurança alimentar.

No SUS, o atendimento começa nas unidades básicas de saúde, com encaminhamento para serviços especializados quando necessário. No HUOL, o acompanhamento inclui avaliação de hábitos como alimentação, atividade física, sono e doenças associadas.

Segundo Pedro Dantas, o acesso a medicamentos eficazes é um obstáculo, já que nenhum dos cinco principais remédios para obesidade é fornecido atualmente pelo SUS.

Alimentação e reeducação

A nutricionista Áthina Bezerra reforça a importância de uma alimentação equilibrada aliada à prática de exercícios físicos. Alimentos ricos em fibras, frutas, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras saudáveis (como azeite, abacate e castanhas) ajudam na prevenção e controle do peso.

Segundo o Sisvan, o RN tem 129.130 adultos obesos. Desses, 25,31% estão no grau I, 11,07% no grau II e 5,71% no grau III. No entanto, os dados podem subestimar a realidade, já que se referem apenas à população atendida pelo SUS.

Com informações da Tribuna do Norte

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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