Traficante brasileiro ligado ao PCC é preso em Portugal

Condenado no Brasil a 29 anos, ele era procurado pela Interpol e liderava esquema de metanol em Portugal

A Polícia Judiciária de Portugal prendeu neste sábado (15) o brasileiro Ygor Daniel Zago, conhecido como “Hulk”, apontado pelas autoridades como traficante internacional de drogas e integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele estava na lista vermelha da Interpol, após a Justiça de São Paulo determinar sua prisão preventiva por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa — ordem expedida com objetivo de extradição.

Ygor Zago foi detido junto com a esposa, Fernanda Ferrari Zago, que, segundo a polícia portuguesa, também participava das operações financeiras ilegais do grupo

Ligação com esquema de combustível adulterado

De acordo com a Polícia Judiciária, o brasileiro liderava uma organização criminosa especializada na venda de combustível adulterado com metanol. O caso começou a ser investigado após a apreensão de 30 mil litros de metanol, em 2023, fato que levou as autoridades a rastrear toda a cadeia de distribuição clandestina.

A corporação afirma que o esquema funcionava de maneira estruturada, com divisão de tarefas bem definida, e que “Hulk” era o responsável pelas decisões estratégicas, repasse de ordens e administração dos recursos do grupo.

As autoridades também identificaram movimentações financeiras suspeitas na conta bancária de Fernanda, compatíveis com o lucro obtido pela organização. Durante as diligências, a polícia apreendeu ainda veículos de luxo utilizados por integrantes do esquema.

Histórico criminal no Brasil

Ygor Zago já havia sido condenado no Brasil a 29 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. Em 2021, chegou a ser preso na Riviera de São Lourenço, litoral norte de São Paulo, mas posteriormente obteve autorização judicial para responder ao recurso em liberdade.

A detenção em Portugal agora abre caminho para o processo de extradição, que será conduzido pelas autoridades locais em cooperação com a Justiça brasileira.

*Com informações da Folha de São Paulo