Relator Paulinho da Força insiste em projeto sem anistia, mas com revisão das condenações

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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se reuniu com o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para tratar do projeto que perdoa condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e, segundo participantes do encontro, sinalizou abertura a um texto que signifique redução de penas, não anistia.

A frase do presidente do partido de Jair Bolsonaro (PL) foi, de acordo com essas pessoas, a de que ele não poderia ser contra um projeto que signifique a soltura de pessoas hoje presas pelos ataques antidemocráticos em Brasília.

A sinalização vinda do mais graduado dirigente do partido contrasta com o discurso público do bolsonarismo de que não aceita nada menos do que a “anistia ampla, geral e irrestrita”, inclusive para Bolsonaro e os outros sete condenados por integrar a cúpula da trama golpista.

Na saída do encontro, Paulinho —que é o relator do texto na Câmara— e o líder da bancada do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), deram entrevista em que reafirmaram as posições já defendidas anteriormente, sem sinalização de que haja, por ora, acordo.

Paulinho voltou a dizer que busca um texto que atenda à média da opinião da Câmara e que resulte em redução de penas, não anistia. Sóstenes voltou a dizer que o partido defende a anistia ampla, mas que está aberto às conversas com Paulinho, até no sentido de tentar convencê-lo a abraçar a ideia.

Nos bastidores, integrantes do PL favoráveis a um acordo em torno da redução de penas dizem que o maior problema não está nos políticos, mas sim na militância mais radical e na família dos presos.

Eles citam enquete feita entre esses familiares em que, segundo a associação que os representa, mais de 80% rejeitaram redução de penas e soltura dos presos somente, defendendo majoritariamente a anistia que não só liberte os familiares, mas que deixe a ficha criminal limpa dessas condenações. Alguns, dizem parlamentares, estariam pleiteando inclusive cobrança de indenização ao Estado.

Aliados de Jair Bolsonaro dizem que ele estaria de acordo com um projeto de redução de penas, contanto que haja a garantia da manutenção da prisão domiciliar. Eles dizem que o ex-presidente está fragilizado e quer evitar ao máximo a ida para um regime fechado.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no julgamento da trama golpista. Outros sete réus foram condenados junto com ele a penas que vão de 2 a 26 anos.

 

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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