Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.
Declaração ocorre no mesmo dia em que governo sanciona o Acredita Exportação, nova medida para estimular vendas externas

A quatro dias da entrada em vigor do tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump, que poderá impor alíquotas de até 50% sobre produtos brasileiros, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta segunda-feira 28 que o “empenho” do governo é resolver o problema.
“Todo o empenho agora nesta semana é para a gente buscar resolver o problema. Nós estamos permanentemente no diálogo, nós estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e pela reserva”, disse. “Esse diálogo ele começou em março. Boa conversa e em decorrência dela se instaurou um grupo de trabalho. Em maio nos foi solicitado uma carta e nós a remetemos, mas não tivemos uma resposta. Estamos conversando, estamos dialogando”.
A declaração foi dada após a sanção do projeto de lei que cria o Acredita Exportação, nova medida do governo federal para estimular as vendas externas. O programa prevê, entre outras ações, a devolução automática de 3% do valor exportado por micro e pequenas empresas — parcela do mercado que, embora represente 40% das empresas exportadoras, responde por menos de 1% do valor exportado.
Na manhã desta segunda, o vice-presidente se reuniu com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília. Segundo o governador, o vice-presidente atualizou as estratégias do governo diante da crise comercial e se comprometeu com um diálogo amplo com os estados.
“Alckmin nos colocou a par do que estão fazendo dessa questão das tarifas e trouxe para ele o convite do nosso fórum dos governadores, todos os governadores estão muito preocupados, alguns vão perder mais, alguns vão perder menos, mas acho que temos condição de fazer um diálogo com todos, unindo toda classe política brasileira em torno desse problema, que é nacional”, disse Ibaneis após a reunião.
Além das ações domésticas, o governo intensificou os contatos internacionais. Em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sinalizou que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos para tentar reverter a medida, que deve entrar em vigor na sexta-feira 1º.
Do outro lado do mundo, a China também se manifestou em apoio ao Brasil. Questionado sobre as tarifas de Trump, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, afirmou nesta segunda que Pequim está disposta a trabalhar com o Brasil, países latino-americanos e membros do Brics para defender o comércio justo.
“A China está disposta a trabalhar com o Brasil e outros países da América Latina e do Caribe, e com os países do Brics, para defender em conjunto o sistema multilateral de comércio centrado na OMC e proteger a justiça e equidade internacionais”, declarou Jiakun.
Ele criticou as medidas unilaterais de Washington e afirmou que “guerras tarifárias não têm vencedores”.
O aumento das tarifas anunciado pelo governo Trump atinge principalmente produtos industriais e do agronegócio brasileiro. Até o momento, não houve sinalização de recuo por parte da Casa Branca.
Trump anuncia tarifas para países que não tenham fechado acordos
O presidente Donald Trump disse nesta segunda-feira que deverá implementar uma tarifa geral de entre 15% e 20% sobre as importações para os Estados Unidos provenientes de países que não tenham negociado acordos comerciais separados, segundo reportagem da CNBC.
“Para o mundo, eu diria que ficará em torno de 15% a 20%… Eu só quero ser gentil. Eu diria que na faixa de 15% a 20%, provavelmente um desses dois números”, disse Trump em Turnberry, na Escócia, ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
Os comentários de Trump ocorrem poucos dias antes do prazo de 1º de agosto para que entram em vigências as tarifas recíprocas, e enquanto dezenas de países ainda não fecharam acordos comerciais com os Estados Unidos.
“Vamos estabelecer uma tarifa para essencialmente o restante do mundo, e é isso que eles vão pagar se quiserem fazer negócios nos Estados Unidos, porque não dá para sentar e fazer 200 acordos”, acrescentou Trump, segundo a CNBC.
Ainda não se sabe como ficará a situação do Brasil, um dos países mais afetados com taxação de 50%. O governo Lula enfrenta uma semana decisiva, ainda sem grandes avanços nas tentativas de negociação com Washington.
Fonte :Agora RN
Faça Login ou Cadastre-se no site para comentar essa publicação.
0 Comentários