Natal implanta rede inédita que mede variações climáticas em tempo real

Sistema coordenado pela Prefeitura reúne 115 equipamentos que orientam ações ambientais e de planejamento urbano

Em tempos de Cop30, a Prefeitura do Natal tem uma série de ações para preparar a cidade para ter uma boa convivência e também para enfrentar os desafios proporcionados pelo clima. Uma delas é a implantação da Rede de Monitoramento Climático de Natal, sistema que mede em tempo real variáveis como temperatura, umidade, chuvas e radiação solar em diferentes pontos da capital. A iniciativa é considerada inédita em Natal e oferece informações mais precisas sobre as condições climáticas da cidade.

Foram instalados 115 equipamentos de medição em 57 locais distribuídos pelas quatro regiões administrativas. Dentre os pontos escolhidos, estão escolas públicas, universidades, parques e áreas de preservação. A rede conta com 47 pluviômetros manuais, 10 automáticos, 26 termohigrômetros e quatro estações meteorológicas completas, equipadas com nove tipos de sensores. Esses instrumentos monitoram indicadores como fotossíntese, radiação solar, temperatura e umidade do solo, direção e velocidade do vento, umidade foliar e pressão atmosférica.

 

As estações principais estão instaladas no Parque da Cidade (Zona Sul), na sede da Urbana (Zona Oeste), na Guarda Municipal (Zona Norte) e no Comando da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada (Zona Leste). Já os pluviômetros automáticos se espalham por unidades de ensino, áreas comunitárias e equipamentos públicos. A implantação faz parte das ações previstas no Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas. O projeto é desenvolvido também em parceria com o Grupo de Estudos Observacionais e de Modelagem da Interação Biosfera (GEOMA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O prefeito Paulinho Freire avalia a conclusão da rede como um avanço estratégico para o planejamento urbano. “Ter acesso a dados confiáveis e atualizados muda a forma como a cidade se prepara para eventos climáticos e define prioridades. É uma ferramenta que apoia decisões sobre arborização, drenagem, ocupação do solo e, ainda, prevenção de riscos, ponto ao qual estamos dando total prioridade em nossa gestão. Natal passa a planejar olhando para o que o clima realmente mostra, e não apenas para projeções gerais”, destaca o prefeito.

Além das estações fixas, a rede inclui o chamado Transecto Móvel: um veículo equipado com sensores alimentados por energia solar, utilizado para identificar áreas de maior aquecimento, conhecidas como ilhas de calor. O percurso abrange os 36 bairros de Natal, em dois períodos do dia, das 9h às 10h15 e das 15h às 16h15, permitindo mapear também as chamadas ilhas de frescor e ilhas de umidade.

Os dados coletados serão reunidos no Centro de Monitoramento Climático de Natal, em fase de planejamento. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, o centro oferecerá suporte técnico para a formulação de políticas públicas voltadas à adaptação climática. “A ideia é que essas informações orientem o desenvolvimento urbano, ações de prevenção de risco e iniciativas de sustentabilidade”, explica o titular da Semurb.

O coordenador do projeto, Carlos Da Hora, conta que o acesso a informações meteorológicas detalhadas pode auxiliar na elaboração de ações preventivas e de promoção do conforto térmico. “Agora é possível observar o clima da cidade com precisão e planejar medidas embasadas em dados. Isso fortalece a capacidade de resposta urbana”, afirmou.

Os dados disponíveis também devem ser utilizados em atividades educativas nas escolas municipais, incentivando estudantes a compreender como o clima se comporta e como a cidade pode se preparar para seus efeitos.

A Semurb informa ainda que está prevista a instalação da futura Sala de Situação, no Bosque das Mangueiras, com equipe técnica dedicada ao acompanhamento contínuo das condições climáticas e eventuais alertas relacionados a eventos extremos, além da a criação da Secretaria Adjunta de Mudanças Climáticas, com o propósito de ampliar as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Fonte: Agora RN