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Projeto prevê corredor logístico até o Porto de Chancay, no Peru, para facilitar exportações brasileiras à Ásia

Brasil e China deram um novo passo para viabilizar uma ferrovia bioceânica que ligue o território brasileiro ao Oceano Pacífico, criando uma alternativa estratégica para exportações ao mercado asiático. Um memorando de entendimento assinado pelo Ministério dos Transportes, via Infra S.A., e pelo Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group, marca o início da fase técnica de estudos do projeto.
A proposta prevê a conexão do interior brasileiro ao Porto de Chancay, no Peru, terminal em construção pela Cosco Shipping, que deve começar a operar em 2025. A ferrovia permitiria ao Brasil reduzir a dependência das rotas atlânticas e do Canal do Panamá, barateando e acelerando o envio de commodities agrícolas e minerais para a China.
Embora ainda sem traçado definido, prazos ou garantias de execução, o acordo inaugura uma nova etapa de cooperação voltada à integração logística, intermodalidade e sustentabilidade. Os estudos vão avaliar a viabilidade econômica, ambiental e política da ferrovia, que precisará do envolvimento de países vizinhos e fontes de financiamento.
A ideia de uma ligação ferroviária transcontinental foi lançada em 2015, mas travou por questões ambientais, disputas políticas e dificuldades financeiras. Agora, com o Porto de Chancay em fase final de construção e maior alinhamento entre os governos brasileiro e chinês, o projeto volta ao debate.
Geopoliticamente, o avanço da China sobre a infraestrutura sul-americana é monitorado pelos Estados Unidos, que veem o Porto de Chancay como parte da Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative), plano estratégico de Pequim para ampliar sua influência global.
Além do porto no Peru, a China tem investido em ferrovias, energia e telecomunicações na América Latina. Para o Brasil, o corredor bioceânico pode diversificar rotas logísticas, atrair investimentos estrangeiros e reforçar a competitividade no mercado asiático. A decisão sobre a construção da ferrovia dependerá do resultado dos estudos e da articulação política e financeira na região.
Fonte: Agora RN
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