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Para o setor pesqueiro, os Estados Unidos representam o principal mercado não só no RN, mas também no Brasil, representando 70% dos embarques

Do De Fato:
O setor da pesca no Rio Grande do Norte está entre os mais impactados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos brasileiros. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Pesca (SINDIPESCA-RN), Arimar França Filho, o segmento exporta anualmente cerca de US$ 50 milhões para o mercado americano com relação à pesca oceânica. O valor corresponde a aproximadamente R$ 278 milhões, na cotação atual.
Ele explica que os empregos também podem ser afetados com a medida. A pesca oceânica no Estado, por exemplo, gera cerca de 1 mil empregos diretos e 4 mil indiretos. Segundo o presidente do sindicato, caso a situação não seja revertida até o fim deste mês, as embarcações não deixarão a costa potiguar rumo ao mercado americano. “Se essa taxação não mudar, as embarcações não vão sair em agosto”, afirma.
De acordo com dados do Observatório da Indústria MAIS RN, entre janeiro e junho de 2025, foram exportados mais de US$ 11,5 milhões em peixes frescos ou refrigerados do RN para os Estados Unidos. O produto está entre as cinco principais exportações da indústria potiguar para o país, além de óleos de petróleo (US$ 24, 3 milhões) e produtos de origem animal (US$ 10,3 milhões), que ocupam a primeira e terceira colocação, respectivamente.
Para o setor pesqueiro, os Estados Unidos representam o principal mercado não só no RN, mas também no Brasil, representando 70% dos embarques, com mais de US$ 240 milhões por ano, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca).
O sindicato é um dos que mantém constante diálogo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), afirma Arimar. O objetivo é, através da Federação, manter contato com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A CNI tem um acesso muito bom com o Governo e estamos aguardando para entender quais são as alternativas”, disse.
O presidente da FIERN, Roberto Serquiz, explica que a preocupação se amplia a outros setores da economia, uma vez que os Estados Unidos são o maior importador do Brasil. “Essa preocupação se amplia quando olhamos para o Rio Grande do Norte. Nossa produção, hoje, tem uma dependência dos recursos naturais, como o petróleo, fruticultura, pesca, mineração e o sal. Esses setores serão impactados com essa tarifa de 50%”, diz.
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